Da casinha, em que vive, o reboco
alvacento
Reflete o ribeirão na água clara
e sonora.
Este é o ninho feliz e obscuro em
que ela mora;
Além, o seu quintal, este, o seu
aposento.
Vem do campo, a correr; e úmida
do relento,
Toda ela, fresca do ar, tanto
aroma evapora
Que parece trazer consigo, lá de
fora,
Na desordem da roupa e do cabelo,
o vento...
E senta-se. Compõe as roupas.
Olha em torno
Com seus olhos azuis onde a
inocência boia;
Nessa meia penumbra e nesse
ambiente morno,
Pegando da costura à luz da
claraboia,
Põe na ponta do dedo em feitio de
adorno,
O seu lindo dedal com pretensão
de joia.
(Esfinges, 1903.)
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