Alvorada Eterna
J. G. de Araújo Jorge
Quando formos os dois já bem
velhinhos,
já bem cansados, trôpegos,
vencidos,
um ao outro apoiados, nos
caminhos,
depois de tantos sonhos
percorridos...
Quando formos os dois já bem
velhinhos
a lembrar tempos idos e vividos,
sem mais nada colher, nem mesmo
espinhos
nos gestos desfolhados e
pendidos...
Quando formos só os dois, já bem
velhinhos,
lá onde findam todos os caminhos
e onde a saudade, o chão, de
folhas junca...
Olha amor, os meus olhos, bem no
fundo,
e hás de ver que este amor em que
me inundo
é uma alvorada que não morre
nunca!
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