O Monge
Raimundo Correia
“O coração da infância – eu lhe
dizia –
É manso”. E ele me disse: -
“Essas estradas,
Quando, novo Eliseu, as
percorria,
As crianças lançavam-me
pedradas...”
Falei-lhe, então, na glória e na
alegria;
E ele – alvas barbas longas
derramadas
No burel negro – o olhar somente
erguia
Às cérulas regiões ilimitadas...
Quando eu, porém, falei no amor,
um riso
Súbito as faces do impassível
monge
Iluminou... Era o vislumbre
incerto,
Era a luz de um crepúsculo
indeciso
Entre os clarões de um sol que já
vai longe
E as sombras de uma noite que vem
perto!...
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