Passei a noite junto dela
Álvares de Azevedo
Passei a noite junto dela.
Do camarote a divisão se erguia
Apenas entre nós – e eu vivia
No doce alento dessa virgem
bela...
Tanto amor, tanto fogo se revela
Naqueles olhos negros! Só a via!
Música mais do céu, mais harmonia
Aspirando nessa alma de donzela!
Como era doce aquele seio
arfando!
Nos lábios que sorriso
feiticeiro!
Daquelas horas lembro-me
chorando!
Mas o que é triste e dói ao mundo
inteiro
É sentir todo o seio
palpitando...
Cheio de amores! E dormir
solteiro...
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