Elegia
n. 10
Mauro
Motta
Insone
e inquieta na pequena cama,
Na
longa noite, Luciana chora,
E
à mamãe tão distante chama, chama,
Como
se ela pudesse ouvi-la agora.
Não
quer o pai, não quer também sua ama;
Só
a mãe que a deixou e foi embora.
No
seu choro infantil, pede e reclama
A
canção de dormir que ouvia outrora.
Mas,
aos poucos, na noite, vejo-a calma,
Para
alguém os seus braços se levantam,
Junto
do berço, maternal, tua alma
Canta
a canção de doces estribilhos
Que
as mães, mesmo depois de mortas, cantam
Para
embalar os pequeninos filhos.
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