MULATA
Renê Guimarães
(Poeta de Sete Lagoas-MG)
(1904-1966)
Mulata,
flor estranha das senzalas,
Misteriosa
rosa dos mocambos,
Tens
dilúvios de amor na voz, se falas,
E
incêndio de paixões nos olhos bambos.
Por
tua fresca pele cor de jambos,
Um
cheiro quente de volúpia exalas;
Na
cozinha, és mais fêmea entre molambos
Que
as brancas, entre sedas, pelas salas!
Freira
do amor, de carne hospitaleira,
Esposa
oculta a que ninguém dá nome,
Noiva
da mocidade brasileira...
Tu
nos dás água e fruto em nossa rede,
Eva
trigueira da primeira fome,
Samaritana
da primeira sede!
VER NESTE LINK UMA CRÍTICA LÍTERO-RACIAL AO OBJETO SEXUAL DA "MULA-TA" PELOS BRANCOS BRASILEIROS:
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