Por que, ó Sagrado, sobre a minha
vida
Derramaste o teu verbo?
Por que há de a minha partida
A coroa de espinhos da verdade
[?]
Antes eu era sábio sem cuidados,
Ouvia, à tarde finda, entrar o
gado
E o campo era solene e primitivo.
Hoje que da verdade sou o escravo
Só no meu ser tenho [,] de a ter
[,] o travo,
Estou exilado aqui e morto vivo.
Maldito o dia em que pedi a
ciência!
Mais maldito o que a deu porque
me a deste!
Que é feito dessa minha
inconsciência
Que a consciência, como um traje,
veste?
Hoje sei quase tudo e fiquei
triste...
Porque me deste o que pedi, ó
Santo?
Sei a verdade, enfim, do Ser que
existe.
Prouvera a Deus que eu não
soubesse tanto!
Leia-se esta dissertação de mestrado sobre o ocultismo em Fernando Pessoa:
http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3709
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