sábado, 27 de junho de 2015

Soneto do Desmantelo Azul - Carlos Pena Filho

SONETO  DO  DESMANTELO  AZUL

Carlos Pena Filho
(Poeta pernambucano)

Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas.

Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.

E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.

Crítica ao EROTISMO-AZUL de Carlos Pena Filho. Clicar em PDF.

Nenhum comentário:

Postar um comentário