Ato
de Caridade
Djalma
Andrade
Que
eu faça o bem e de tal modo o faça,
Que
ninguém saiba o quanto me custou.
-
Mãe, espero de Ti mais esta graça:
Que
eu seja bom, sem parecer que o sou.
Que
o pouco que me dês, me satisfaça
E,
se do pouco mesmo, algum sobrou,
Que
eu leve esta migalha onde a desgraça
Inesperadamente
penetrou.
Que
a minha mesa, a mais, tenha um talher,
Que
será, minha Mãe, Senhora Nossa,
Para
o pobre faminto que vier.
Que
eu transponha tropeços e embaraços:
-
Que eu não coma, sozinho, o pão que possa
Ser
partido, por mim, em dois pedaços!
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