sexta-feira, 3 de junho de 2016

Morrer... Dormir... - Francisco Otaviano

Morrer... Dormir...
Francisco Otaviano

Morrer... dormir... não mais! Termina a vida
E com ela terminam nossas dores:
Um punhado de terra, algumas flores,
E às vezes uma lágrima fingida!

Sim! Minha morte não será sentida;
Não deixo amigos, e nem tive amores,
Ou, se os tive, mostraram-se traidores,
Algozes vis de uma alma consumida.

Tudo é pobre no mundo. Que me importa
Que ele amanhã se esbroe e que desabe,
Se a natureza para mim é morta!

É tempo já que o meu exílio acabe...
Vem, pois, ó Morte, ao nada me transporta!
Morrer... dormir... talvez sonhar... quem sabe?

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