Eu
faço versos
Mário
Quintana
Eu
faço versos como os saltimbancos
Desconjuntam
os ossos doloridos
A
entrada é livre para os conhecidos...
Sentai,
Amadas, nos primeiros bancos!
Vão
começar as convulsões e arrancos
Sobre
os velhos tapetes estendidos...
Olhai
o coração que, entre gemidos,
Giro
na ponta dos meus dedos brancos.
“Meu
Deus! Mas tu não mudas o programa!”
-
Protesta a clara voz das Bem-Amadas –
“Que
tédio!” – o coro dos Amigos clama.
“Mas
que vos dar de novo e de imprevisto?”
-
Digo... e retorço as pobres mãos cansadas:
“Eu
sei chorar... Eu sei sofrer... Só isto!”
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