Felicidade
Guilherme de Almeida
Ela veio bater à minha porta
E falou-me, a sorrir, subindo a
escada:
- “Bom dia, árvore velha e desfolhada!”
E eu respondi: - “Bom dia, folha
morta!”
Entrou: e nunca mais me disse
nada...
Até que um dia (quando, pouco
importa!)
Houve canções na ramaria torta
E houve bandos de noivos pela
estrada...
Então chamou-me e disse: -
“Vou-me embora!
Sou a felicidade... Vive agora
Da lembrança do muito que te
fiz!”
E foi assim que, em plena
primavera,
Só quando ela partiu contou quem
era...
E nunca mais eu me senti feliz!
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