segunda-feira, 30 de maio de 2016

Felicidade - Guilherme de Almeira

Felicidade
Guilherme de Almeida

Ela veio bater à minha porta
E falou-me, a sorrir, subindo a escada:
- “Bom dia, árvore velha e desfolhada!”
E eu respondi: - “Bom dia, folha morta!”

Entrou: e nunca mais me disse nada...
Até que um dia (quando, pouco importa!)
Houve canções na ramaria torta
E houve bandos de noivos pela estrada...

Então chamou-me e disse: - “Vou-me embora!
Sou a felicidade... Vive agora
Da lembrança do muito que te fiz!”

E foi assim que, em plena primavera,
Só quando ela partiu contou quem era...
E nunca mais eu me senti feliz!

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