O SANGUE DAS ROSAS
Quando sinto cantarem sobre
as telhas
O ouro da luz e a voz das
madrugadas,
vou ver morrer no céu as
irisadas,
pequeninas e fúlgidas
centelhas.
Ainda não despertaram as
abelhas
para a festa das ramas
enfloradas.
Pássaros dormem. Abertas nas
estradas,
Rosas pompeiam pétalas
vermelhas...
De onde lhe vem aquele sangue
rubro?
Sigo, pé ante pé, olho e me
encubro
Nos roseirais e de onde posso
vê-las,
E vejo, então, velando o
espaço infindo,
aquele sangue vir do céu
caindo
pelos olhos de prata das
estrelas...
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