quinta-feira, 5 de maio de 2016

O Sangue das Rosas - Abdias da Costa Neves

O SANGUE DAS ROSAS

Quando sinto cantarem sobre as telhas
O ouro da luz e a voz das madrugadas,
vou ver morrer no céu as irisadas,
pequeninas e fúlgidas centelhas.

Ainda não despertaram as abelhas
para a festa das ramas enfloradas.
Pássaros dormem. Abertas nas estradas,
Rosas pompeiam pétalas vermelhas...

De onde lhe vem aquele sangue rubro?
Sigo, pé ante pé, olho e me encubro
Nos roseirais e de onde posso vê-las,

E vejo, então, velando o espaço infindo,
aquele sangue vir do céu caindo
pelos olhos de prata das estrelas...

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