Soneto
Fagundes
Varela
Eu
passava na vida errante e vago
Como
o nauta perdido em noite escura,
Mas
tu te ergueste peregrina e pura
Como
o cisne inspirado em manso lago.
Beijava
a onda num soluço mago
Das
moles plumas a brilhante alvura,
E
a voz ungida de eternal doçura
Roçava
as nuvens em divino afago.
Vi-te;
e nas chamas de fervor profundo
A
teus pés afoguei a mocidade
Esquecido
de mim, de Deus, do mundo!
Mas
ai! cedo fugiste!... da soidade,
Hoje
te imploro desse amor tão fundo
Uma
ideia, uma queixa, uma saudade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário