Maldição
Olavo Bilac
Se por vinte anos, nesta furna
escura,
Deixei dormir a minha maldição,
- Hoje, velha e cansada da
amargura,
Minha alma se abrirá como um
vulcão.
E, em torrentes de cólera e
loucura,
Sobre a tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de
tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...
Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que me fizeste sem
querer!
Pelo amor que morreu sem ter
nascido!
Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho
sido!
Pelo esplendor do que eu deixei
de ser!...
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