sexta-feira, 6 de maio de 2016

Soneto D'Outono - Adalberto Guerra-Duval

SONETO D'OUTONO

Adalberto Guerra-Duval

Grandes panos grisalhos... Folhas mortas
nos esqueletos d'árvores d'outono...
A Morte e o Frio andam batendo as portas,
e o Vento ulula como um cão sem dono.

(Pelos outonos, minha Primavera,
padeço as agonias ambientes,
e há no meu peito alguém que desespera...
— Por que há de haver outonos e poentes!)

Nesta paisagem lívida de spleen
a Alegria expirou dentro de mim;
e o Sol, o loiro Sol do meu país!

Morreu de tédio pelo outono gris...
— Como a nódoa d'azeite que s'espalma,
a Tristeza manchou toda a minh'almal

Nenhum comentário:

Postar um comentário