A BUNDA
Belmiro
Braga
Quando
ela passa todo mundo espia,
Não
para a cara, que não é formosa,
Mas
para a bunda, que é maravilhosa.
Em
bunda, nunca vi tanta magia.
Requebra,
sobe, treme e rodopia
Dentro
de uma expressão maravilhosa.
Deve
ser uma bunda cor-de-rosa,
Da
cor do céu quando desponta o dia.
E
ela sabe que sua bunda é boa.
Vai
pela rua rebolando à toa,
Deixando
a multidão maravilhada.
Eu
a contemplo, num silêncio mudo.
Embora
a cara não valesse nada,
Só
aquela bunda me valia tudo.
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