segunda-feira, 6 de julho de 2015

Plena Nudez - Raimundo Corrêa

PLENA  NUDEZ

Raymundo Corrêa
(1860-1911)

Eu amo os gregos tipos de escultura:
pagãs nuas no mármore entalhadas,
não essas produções, que a estufa escura
das modas cria, tortas e enfezadas.

Quero em pleno esplendor, viço e frescura,
os corpos nus, as linhas onduladas,
livres; da carne exuberante e pura
todas as saliências destacadas...

Não quero a Vênus opulenta e bela,
de luxuriantes formas, entrevê-la
da transparente túnica através;

quero vê-la sem peias, sem receios,
os braços nus, o dorso nu, os seios
nus... toda nua da cabeça aos pés!...


(“Os Mais Belos Sonetos que o Amor Inspirou”, J. G. de Araújo Jorge, Volume I, Casa Editora Vecchi Ltda., Rio de Janeiro, 3ª edição, página 357.)

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