PLENA NUDEZ
Raymundo Corrêa
(1860-1911)
Eu
amo os gregos tipos de escultura:
pagãs
nuas no mármore entalhadas,
não
essas produções, que a estufa escura
das
modas cria, tortas e enfezadas.
Quero
em pleno esplendor, viço e frescura,
os
corpos nus, as linhas onduladas,
livres;
da carne exuberante e pura
todas
as saliências destacadas...
Não
quero a Vênus opulenta e bela,
de
luxuriantes formas, entrevê-la
da
transparente túnica através;
quero
vê-la sem peias, sem receios,
os
braços nus, o dorso nu, os seios
nus...
toda nua da cabeça aos pés!...
(“Os Mais Belos Sonetos que o Amor Inspirou”, J. G. de
Araújo Jorge, Volume I, Casa Editora Vecchi Ltda., Rio de Janeiro, 3ª edição,
página 357.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário