SATÃ
Maranhão Sobrinho
(1879-1915)
Nas margens de cristal do Danúbio
do sonho,
cromadas de rubis, de pérolas
purpúreas,
vê-se o imenso solar sonolento e
medonho
do dragão infernal das Princesas
espúrias...
Guarda o nobre portal de
alabastro tristonho
desse antigo solar, de malditas
luxúrias,
em que fulge o brasão heráldico
do sonho,
não sei quantas legiões de
duendes e fúrias!
Sobre o mármore azul das colunas
austeras,
que, em noivados de luz, o luar
engrinalda,
brilha o vivo cristal de alígeras
quimeras...
Velam desse dragão o oriental
tesoiro,
sobre um trono de rei, de maciça
esmeralda,
dois soberbos leões, de grandes
patas de oiro...
(“Panorama do Movimento
Simbolista Brasileiro”, Andrade Muricy,
MEC-INL, 2ª edição,
Volume II, Brasília, 1973,
Coleção de Literatura
Brasileira, 12, páginas 780-781.)
Série "Diabolu In Versus".
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