Amália
Roberto Medeiros
(Juiz de Fora)
Amália veio só de sua aldeia
Para a cidade, na esperança vã
De conseguir na fábrica de meia
Um lugar de aprendiz de tecelã.
Tinha quinze anos... e não era
feia,
Tinha no amor de Onofre um
talismã,
Dois vestidinhos e a cabeça cheia
De sonhos e de crenças no amanhã.
Mas a cidade-grande foi madrasta
Para a inocência da menina casta
Que nos desvãos da rua agora
sofre...
Sem nada, sem ninguém,
desiludida,
Não quer voltar, porque perdeu na
vida
O lírio que guardava para Onofre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário