sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Amália - Roberto Medeiros

Amália
Roberto Medeiros
(Juiz de Fora)

Amália veio só de sua aldeia
Para a cidade, na esperança vã
De conseguir na fábrica de meia
Um lugar de aprendiz de tecelã.

Tinha quinze anos... e não era feia,
Tinha no amor de Onofre um talismã,
Dois vestidinhos e a cabeça cheia
De sonhos e de crenças no amanhã.

Mas a cidade-grande foi madrasta
Para a inocência da menina casta
Que nos desvãos da rua agora sofre...

Sem nada, sem ninguém, desiludida,
Não quer voltar, porque perdeu na vida
O lírio que guardava para Onofre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário