segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Casulo - Roberto Medeiros

Casulo
Roberto Medeiros
(Juiz de Fora – MG)

Eu “peço altos”... Hoje basta!
A vida injusta, madrasta,
Que tenta quebrar minha asa...
Já que não sei mais sorrir,
Volto a fim de descobrir
Um atalho para casa.

Lá, só lá, reina o sossego,
O carinho, o aconchego,
O lugar do açúcar-cande...
Onde procria a ternura,
Onde a água é fresca e pura,
Onde não tem olho-grande.

“Errando” pelo deserto,
Quando a esperança está perto,
Eu sinto bem lá no fundo
Que meu lar é meu oásis,
Onde faço as minhas pazes
Com a vida, com o mundo.

A casa, um caso de amor,
Sob a bênção superior...
É lá que habita a vitória,
Que mora a gente da gente,
Ascendente e descendente,
A estória da nossa história.

Doce casa, humilde embora,
É tudo que a gente adora,
De nossa nau, o farol...
Onde não se está a sós,
Portas se abrem para nós
E a janela acende o sol.

Minhas músicas diletas,
Minhas obras prediletas,
A cama de lindos sonhos,
O sofá, o quadro, o espelho,
O bom e sábio conselho
E os meus amigos risonhos.

Mesa-posta, roupa-limpa,
Onde o bem-querer garimpa
Jazidas que nem calculo...
Em paz, de bem com a vida,
Me reciclo para a lida
Na seda do meu casulo.

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