“Maria-Louca”
Roberto Medeiros
(Juiz de Fora – MG)
Pobre Maria – dizem que ela é
louca –
Desvive por aí, pela cidade,
Trazendo sempre maldições na
boca,
Retrata ao vivo a filha da
orfandade.
Esquálida, de voz um tanto rouca,
Era um comício contra a
sociedade.
Repartindo a comida que era
pouca,
Até aos cães fazia caridade.
Um dia, em nome dos costumes,
penso,
Foi presa pelos homens de bom
senso,
Esquecidos de sua enfermidade...
Maria, resmungando maldições,
Julgada louca, tem suas razões
De achar mais louca a própria
Sociedade.
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