sábado, 16 de janeiro de 2016

“Maria-Louca” - Roberto Medeiros

“Maria-Louca”
Roberto Medeiros
(Juiz de Fora – MG)

Pobre Maria – dizem que ela é louca –
Desvive por aí, pela cidade,
Trazendo sempre maldições na boca,
Retrata ao vivo a filha da orfandade.

Esquálida, de voz um tanto rouca,
Era um comício contra a sociedade.
Repartindo a comida que era pouca,
Até aos cães fazia caridade.

Um dia, em nome dos costumes, penso,
Foi presa pelos homens de bom senso,
Esquecidos de sua enfermidade...

Maria, resmungando maldições,
Julgada louca, tem suas razões

De achar mais louca a própria Sociedade.

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