As Vogais
Arthur Rimbaud
(Tradução de J. G. De Araújo
Jorge.)
A, negro, E, branco, I, rubro, U,
verde, O turquesinho,
vossa origem latente hei-de
cantar em breve.
O enxame que a zumbir de um
pântano se eleve,
A, teu negro veludo esmalta de
ouro fino;
E, brancura ideal das tendas cor
de neve,
umbelas de alvos reis, lanças de
gelo alpino;
I, sangue em jorros, I, púrpura
em chamas, hino
de cólera que, a rir, num lábio
em flor se atreve;
U, círculo do mar nos glaucos
horizontes,
verdes pastos sem fim, rugas
sulcando as fontes
dos que buscam da ciência os
íntimos refolhos;
O, fanfarras, clarins, trons de
vitórias, brados,
O, silêncios azuis de anjos e
sóis povoados,
O, clarão vesperal, violáceo, dos
seus olhos!
Esta tradução também é atribuída aos
poetas Celso Vieira (“Antologia de Poetas Franceses”, de Raimundo Magalhães
Júnior) e Onestaldo de Pennafort (“Obras
Primas da Poesia Universal”, de Sérgio Milliet).
(J. G. de Araujo Jorge, “Os Mais Belos
Sonetos Que O Amor Inspirou”, Poesia Universal - Européia e Americana - Vol.
III - 1ª edição, 1966.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário