sábado, 19 de dezembro de 2015

As Vogais - Rimbaud - J. G. De Araújo Jorge.

As Vogais
Arthur Rimbaud
(Tradução de J. G. De Araújo Jorge.)

A, negro, E, branco, I, rubro, U, verde, O turquesinho,
vossa origem latente hei-de cantar em breve.
O enxame que a zumbir de um pântano se eleve,
A, teu negro veludo esmalta de ouro fino;

E, brancura ideal das tendas cor de neve,
umbelas de alvos reis, lanças de gelo alpino;
I, sangue em jorros, I, púrpura em chamas, hino
de cólera que, a rir, num lábio em flor se atreve;

U, círculo do mar nos glaucos horizontes,
verdes pastos sem fim, rugas sulcando as fontes
dos que buscam da ciência os íntimos refolhos;

O, fanfarras, clarins, trons de vitórias, brados,
O, silêncios azuis de anjos e sóis povoados,
O, clarão vesperal, violáceo, dos seus olhos!

      Esta tradução também é atribuída aos poetas Celso Vieira (“Antologia de Poetas Franceses”, de Raimundo Magalhães Júnior)  e Onestaldo de Pennafort (“Obras Primas da Poesia Universal”, de Sérgio Milliet).

      (J. G. de Araujo Jorge, “Os Mais Belos Sonetos Que O Amor Inspirou”, Poesia Universal - Européia e Americana - Vol. III  - 1ª edição, 1966.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário