Se o dia de hoje é igual ao dia
que me espera
Depois, resta-me, entanto, o
consolo incessante
De sentir, sob os pés, a cada
passo adiante,
Que se muda o meu chão para o
chão de outra esfera.
Eu não me esquivo à dor nem
maldigo a severa
Lei que me condenou à tortura
constante;
Porque em tudo adivinho a morte a
todo instante,
Abro o seio, risonha, à mão que o
dilacera.
No ambiente que me envolve há
trevas do seu luto;
Na minha solidão a sua voz
escuto,
E sinto, contra o meu, o seu
hálito frio.
Morte, curta é a jornada e o meu
fim está perto!
Feliz, contigo irei, sem olhar o
deserto
Que deixo atrás de mim, vago,
imenso, vazio...
(Poesias, 1962, Org. Péricles Eugênio da Silva Ramos.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário