segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Simbolismo das Cores - Colatino Barroso

Simbolismo das Cores
Colatino Barroso
(Poeta simbolista.)

      BRANCO – a paz – a alma dos iluminados e dos eleitos – o espaço – página vazia do livro dos séculos, onde medeia a traça que o Deus Mito adornou com o nome pomposo de homem – papirus que se corrompe sem a mácula do traço negro de um hieróglifo.
      VERMELHO – flâmula de guerra – coloração das rosas quente e sensual – frêmito de beijos – requintado essencialismo de um veneno sutil, que o filtro de uma boca de muito estilo – lágrimas dos torturados na volúpia inflada, dos eternamente vencidos, o pranto de Magdala.
      AZUL – o céu – olhar da mulher que se ama – poema de Infinito, que o Sol canta numa orquestração de cristais bimbalhantes apoteose da Glória.
      VERDE – a esperança – esponsais da primavera – enorme sudário, em que a Terra envolve o cineral de todas as ilusões cadáveres de Sonhos.     
      AMARELO – ouro – ruído do prazer para encobrir a mágoa – rosada do Sol – gargalhada estrepidante da Luz.
      ROSA – arrebol do Futuro – névoa do sonho.
      ROXO – saudade – lágrima silente e triste das monjas, das que morreram para o Amor.
      OPALA – céu e o mar – dois firmamentos num só, a refletir as estrelas, que são as pérolas do céu.
      VIOLÁCEA – a harmonia da cor.
      NEGRO – boca escancarada de sarcófago – luz extinto – treva apavorante – olhar apagado de esfinge – a desesperado gozo nunca satisfeito.
      CINZA – coração vazio – o de todos nós, torturados da Forma, torturados do Ideal, que vivemos a salmodiar os versículos do Evangelho de Lágrimas, a palmilhar, os pés abertos em sangue. A Via Dolorosa do Sofrimento e da Mágoa.

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