À MERETRIZ
Se alguém te chama de perdida e
louca
Não acredites, pois não é
verdade,
Há quem procure cheio de
ansiedade
A graça e o riso que tu tens na
boca.
Foste menina, já usaste touca,
Foste donzela, tinhas virgindade,
Tudo é fugaz e tudo é brevidade
De qualquer forma, a nossa vida é
pouca.
Nunca lamentes teu viver de puta,
Entre os pomares tu também és
fruta,
Alguém te estima e com fervor te
quer.
No chão, na cama ou dentro de uma
rede
Tu és a fonte de matar a sede
Do desgraçado que não tem mulher.
(“Patativa do Assaré
– Melhores Poemas”, seleção de Cláudio Portella, Global Editora e Distribuidora
Ltda., São Paulo 2006, Página 176.)
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